Com forte atraso na colheita do trigo no Rio Grande do Sul, o produtor deve se atentar a capacidade operacional da propriedade, indicador que está relacionado ao tempo de implantação da cultura. Este fator também se mostra importante porque atrasar o plantio pode significar perdas de produtividade.
Segundo a Emater-RS/Ascar, no dia 10 de novembro apenas 37% do trigo gaúcho havia sido colhido, número significativamente menor se comparado ao ano passado, que era de 71% no mesmo período. Em decorrência disso, a semeadura da soja ainda está em fase inicial no Estado, uma vez que os produtores ainda estão envolvidos na colheita do trigo.
O planejamento da semeadura é de suma importância, já que desconhecer a capacidade operacional significa não saber quantos dias serão necessários para concluir o plantio na área. Pelo feeling e conhecimento empírico, o produtor tem noção de quanto tempo leva, mas para termos mais assertividade podemos fazer um cálculo simples:
Cálculo da Capacidade Operacional Teórica (COT)*
COT (ha/h) = (V x L) / 10
COT: Capacidade operacional teórica
V: Velocidade (km/h)
L: Largura (m)
Exemplo:
Equipamento com 4 m de largura e velocidade de 6 km/h.
COT (ha/h) = (6 x 4) / 10
COT = 2,4 ha/h
*(RIPOLI; MOLINA JR; RIPOLI, 2005)
Um ponto muito importante que precisa ser levado em consideração é que a capacidade operacional teórica não leva em conta perdas de eficiência por abastecimentos (combustível, semente, fertilizante), tratamento de sementes e manobras do implemento, por exemplo.
De acordo com Correia (2015), a eficiência operacional, quando envolve tratamento de semente, é de 84,68% o que, em nosso exemplo, seria a capacidade teórica multiplicada pela eficiência:
2,4x 84,68 = 2,03 ha/h
O Engenheiro Agrônomo Fabio Schavinski, sócio proprietário da Schavinski PD&I, traz pontos-chaves de como melhorar a eficiência operacional. Confira no vídeo: