Por que utilizar ureia no trigo?
Uma das principais culturas plantadas no inverno do sul, o trigo, vem ganhando cada vez mais espaço nas lavouras, alavancado principalmente pelos preços mais elevados no mercado. Nos últimos anos, houve um incremento nos investimentos realizados nas lavouras de triticultores, com a adoção de cultivares modernas e o emprego de uma adubação mais assertiva.
Dentre a adubação utilizada, o Nitrogênio (N) destaca-se como o elemento que merece atenção especial, visto que é o nutriente que a cultura do trigo é mais responsiva. O N participa na fotossíntese, na definição de componentes de rendimento e nos teores de proteína do grão, que por sua vez melhora a qualidade industrial da farinha.
Para a cultura do trigo, a quantidade de N recomendada varia em função do teor de matéria orgânica do solo, da cultura antecessora e da expectativa de rendimento da lavoura. Preconiza-se a aplicação de uma pequena parte do N no momento da semeadura, para proporcionar um arranque inicial, e o restante em cobertura. Uma das práticas agrícolas que auxilia na obtenção de altos rendimentos nesta cultura é o fracionamento da aplicação em cobertura.
Quando aplicar nitrogênio no trigo?
Recomenda-se que a primeira aplicação em cobertura seja realizada no início do perfilhamento, no estágio conhecido como duplo-anel, em que ocorre a definição do número de espigas por metro quadrado, e a segunda no início da elongação, período em que o trigo define o tamanho da espiga e o número de espiguetas. Já uma terceira aplicação também pode ser realizada, quando a folha bandeira está visível, com o objetivo principal de aumentar os teores de proteína do grão.
O que é ureia?
Existem no mercado diversas fontes de nitrogênio, sendo a ureia a mais utilizada. A ureia é um fertilizante sólido, na fórmula de grânulos, o que facilita a sua aplicação na cultura do trigo, e possui em torno de 45% de N em sua composição. Quando aplicada, a ureia é hidrolisada no solo pela atuação da enzima urease e transforma-se em amônio (NH4+), que por sua vez pode ser transformado em nitrato (NO3-), sendo estas duas formas preferencialmente absorvidas pelas plantas.
Um dos cuidados que devem ser tomados no seu emprego é não realizá-lo com o solo úmido e na ausência de chuva após a aplicação, pois a ureia pode sofrer reações no solo e transformar-se em amônia, um gás que acaba sendo perdido para a atmosfera. Desta forma, uma aplicação ideal de ureia, que minimize a volatização do N, é antes de uma chuva ou irrigação leve.
Atualmente, os triticultores também tem a disposição formulações de ureia mais tecnológicas, acrescida de outros nutrientes, com inibidores da enzima urease ou de produtos com liberação controlada de N ao solo, fornecendo mais eficiência, segurança e aumentando a janela de aplicação.
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