Características e danos da cigarrinha
Entre os problemas causados pela praga estão os danos diretos e indiretos. Os danos diretos que a cigarrinha pode causar são lesões nas plantas, pois é um inseto de hábito sugador. Já os danos indiretos, são os que trazem maiores consequências, podendo chegar até 70% de perda em algumas situações. Quando infectada ela pode transmitir fitopatógenos como os Molicutes, Fitoplasma (Maize bushy stunt phytoplasma) e Espiroplasma (Spiroplasma kunkelii), microrganismos que são responsáveis pelos enfezamentos vermelho e pálido respectivamente, além do Raiado Fino (Maize rayado fino-MRFV).
Os sintomas do enfezamento aparecem na fase de produção da cultura, com diminuição do tamanho de espigas e dos grãos, menor quantidade de grãos, multiespigamento, descoloração das folhas, folhas avermelhadas e/ou pálidas e plantas com porte reduzido em função do encurtamento de entrenós. Os sintomas são expressos de acordo com o nível de suscetibilidade do híbrido, população de cigarrinhas infectadas, estádio em que a planta foi infectada e manejo realizado na área e região.
Controle e manejo da cigarrinha
Para o manejo da cigarrinha nenhuma medida isolada será suficiente para obter o sucesso, sendo os principais pontos:
- Eliminação das plantas de milho voluntárias;
- Monitoramento através de armadilhas;
- Sincronização da época de semeadura por regiões;
- Rotação de culturas;
- Tratamento de sementes com produtos neonicotinóides;
- Rotação de ativos nas aplicações com inseticidas químicos e biológicos.
É fundamental a entrada com aplicações de inseticidas desde as dessecações pré-plantio até o estádio VT da cultura, caso constatada a presença da praga. O uso de fungicidas de forma antecipada (V6) é mais uma ferramenta que irá auxiliar na diminuição dos impactos causados pelos enfezamentos.
Entre os ativos químicos registrados, alguns produtos utilizados apresentaram até 80% de eficácia em algumas situações, sendo que essa eficácia irá depender das condições no momento da aplicação e infestação. Dentre estudos realizados ficou claro que além da importância de rotacionar mecanismos de ação, o intervalo de aplicação é determinante na eficiência dos produtos, sendo esse intervalo de 3 -7 dias, pois ele irá ser determinado pela população e nível de suscetibilidade do híbrido utilizado.
Conclusão
Somente a adoção de estratégias complementares de combate à cigarrinha do milho, definirá o sucesso da lavoura. Cientes dos danos causados pela praga, a 3tentos faz parte do “Esquadrão de Combate à Cigarrinha”, uma rede colaborativa entre agricultores, distribuidores e consultores que estão monitorando o avanço do inseto no Rio Grande do Sul. Estamos juntos nessa luta. Sempre parceiros!