Como sabemos o modal rodoviário é o mais utilizado no Brasil para o transporte de cargas e produtos. Sentimos isso na pele durante a última paralização dos caminhoneiros quando no 3° dia o país já notava sinais de desabastecimento. Para que esse transporte aconteça, o combustível mais utilizado é o diesel e segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petroleo, Gás natural e biocombustíveis) foram consumidos 28.487.316 m³ desse combustível no primeiro semestre de 2018.
Mas o que isso tem a ver com a agricultura, e mais especificamente a soja?
O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel teve início em 2004, prevendo um aumento gradativo na mistura de biodiesel ao diesel de petróleo, tendo iniciado com a mistura obrigatória de 2% em 2006 e devido a um trabalho de qualidade realizado pelas usinas e pelos produtores de soja, atualmente essa mistura corresponde a 10%. O Biodiesel é um biocombustível renovável e limpo produzido a partir de fonte oleaginosa e a soja tem um papel importantíssimo, sendo responsável por 65% da matéria-prima utilizada na produção desse biocombustível.
A ANP estima que em 2018 a produção de biodiesel chegará a 5,3 bilhões de litros, ou seja, se fizermos um cálculo inverso, sabendo que a soja tem em sua composição aproximadamente 19% de óleo, serão necessárias 18,13 milhões de toneladas de soja para a produção de biodiesel no Brasil, ou seja 15% da safra 2017/2018, apurada em 117 milhões de toneladas no relatório anual da USDA divulgado em maio.
Notamos que a soja impulsiona a matriz energética brasileira, pois é a grande responsável pelo crescimento do programa de Biodiesel no Brasil e que nos permite olhar para o futuro com a confiança que teremos matéria prima para chegarmos à mistura de 20% prevista para 2030, preservando assim o meio ambiente através da queima de um combustível limpo e também impulsionando a agricultura, economia, emprego e renda.