Pragas constituem uma das principais ameaças a estes componentes de rendimento e dentre elas a mais prejudicial é sem dúvida o percevejo, em suas diferentes espécies. Os percevejos marrom, verde-pequeno, verde e barriga-verde são insetos sugadores presentes em nosso sistema de produção. Todos causam danos principais no período reprodutivo da cultura, refletindo em danos diretos e indiretos.
Do que se alimentam?
Estes insetos se alimentam primordialmente dos grãos da soja ocasionando a diminuição de seu peso, abortamento, redução do poder germinativo e de vigor da cultura, bem como a diminuição do teor de óleo. Indiretamente, os percevejos ainda podem introduzir doenças e causar distúrbios fisiológicos, como a retenção de hastes e folhas.
Como fica a produtividade?
Estes sugadores podem causar perda de produtividade acima de 30% em lavouras de soja. Um percevejo por m² acarreta uma redução de 49 a 120kg de grãos/ha. Essa variação de redução de grãos depende da espécie de percevejo, do clima, fase da cultura, cultivar teto produtivo.
Fonte da imagem: PROMIP
Disseminação
A capacidade de disseminação e sobrevivência do percevejo fortalece os danos causados pela praga. Ao atacar muitas plantas e ter a capacidade de sobreviver em estado de diapausa, uma espécie de “hibernação” nos períodos de entressafra, eles se perpetuaram em nosso sistema, vivem cada vez mais em maiores populações - como no caso das lavouras tardias, onde a pressão populacional se eleva. Conforme as primeiras cultivares entram na fase reprodutiva, a população dos percevejos volta a atividade plena, o que ocorre cada vez mais cedo. Sendo assim, a população de percevejos se torna maior a cada safra, especialmente quando o controle é realizado de forma incorreta.
Controle
Atualmente, dispomos de práticas e ferramentas extremamente eficientes para a diminuição populacional de percevejos e controle. A eliminação de restos culturais e plantas daninhas na entressafra, aliada ao monitoramento constante, são as práticas preventivas mais eficientes, pois contribuem para qualquer medida necessária. Se constatada, através do pano-de-batida a necessidade de controle da população, conferindo o nível de dano econômico estabelecido (2 insetos/m), indica-se o controle químico, que deve considerar o instar (estágio de desenvolvimento) do inseto.
É recomendado eliminar adultos ainda no início do ciclo, através do uso de produtos com ação de choque. Posteriormente, investir no controle de todas as fases do ciclo, adultos, ninfas e ovos, por meio da utilização de piretróides, carbamatos e neonicotinóides.
Conclusão
A maior eficiência sempre se dará através do monitoramento constante e controle antecipado dos primeiros fluxos populacionais, seguidos da manutenção de um baixo nível da infestação. Recomenda-se ainda que em situações de maior exigência tecnológica, como a produção de sementes, que não tolera níveis de danos, o controle seja realizado inclusive na fase de colheita da soja, reduzindo assim o dano direto aos legumes e diminuindo a população final da safra. Assim, conseguimos também menores pressões residuais para nossas próximas lavouras, independente da cultura. É sempre importante agir em favor da próxima safra.