Considerado um ingrediente de alto valor alimentar devido a concentração de proteínas e aminoácidos essenciais, o farelo é um dos subprodutos oriundos do processamento dos grãos de soja. Juntamente com o farelo, são produzidos o óleo de soja e a casca.
No Brasil, o que é feito com a soja após a colheita?
Vamos usar o ano de 2020 como um exemplo. Naquele ano, o Brasil colheu aproximadamente 125 milhões de toneladas de soja e foram processadas, em solo nacional, 46,8 milhões de toneladas, ou seja 37% do volume. O restante foi destinado a exportação via grão in natura e uma pequena fração ficou como estoque de passagem para o próximo ano.
O resultado de todo esse volume processado, além do óleo de soja e a casca, foram aproximadamente 36 milhões de toneladas de farelo de soja. A maior parte desse volume, 52%, ficaram aqui no Brasil para o consumo doméstico e o restante foi exportado, sendo a União Europeia o principal destino. O rendimento médio da soja brasileira é de 77% farelo, 20% de óleo e 3% de casca.
O consumo doméstico anual do farelo brasileiro é de aproximadamente 18 milhões de toneladas. Esse montante é dividido, basicamente, em 3 grandes setores, 60% desse volume vai para avicultura, 25% para suinocultura e 13% para a bovinocultura de corte e leite. Já os estados que mais consomem o farelo de soja são o Paraná, com 21% do volume, seguido de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, que somados representam mais de 65% do consumo nacional.
Cadeia do farelo de soja no Brasil - ABIOVE
E no Rio Grande do Sul?
O Rio Grande do Sul segue um padrão muito similar do que vimos no Brasil. O estado possui grandes rebanhos consumidores de farelo de soja, são mais de 13 milhões de bovinos, 5 milhões de suínos e 19 milhões de galináceos, que juntos consomem aproximadamente 2,8 milhões de toneladas de farelo de soja por ano.
A região serrana, a nordeste do estado, é o destino mais frequente do farelo no Rio Grande do Sul, pois é lá que se encontra grande parte da cadeia produtiva de aves, que, juntamente com a cadeia de suinos, essa também encontrada no noroeste do estado, representam mais de 90% do consumo de farelo no Rio Grande do Sul.
Distribuição dos rebanhos de galináceos e suínos no Rio Grande do Sul - IBGE
Hoje, o Rio Grande do Sul conta com mais de 20 parques industriais que somados tem capacidade instalada para o processamento de quase 30.000 toneladas de soja por dia, podendo gerar assim mais de 22.000 toneladas de farelo de soja. Para dar destino a todo o volume de farelo não exportado, o estado também conta com mais de 140 fábricas de produção de ração que, entre as matérias primas, utilizam farelo de soja.